A coligação Juntos Somos Coimbra visitou o Cemitério Municipal da Conchada para verificar a progressiva degradação deste espaço, da responsabilidade da Câmara Municipal de Coimbra (CMC). José Manuel Silva sublinhou a necessidade de a CMC priorizar a requalificação do cemitério municipal com uma importância histórica e arquitetónica inquestionável.
Recorde-se que, em maio de 2020, o executivo municipal aprovou, em reunião de Câmara, a abertura do concurso público para a empreitada de requalificação do jazigo municipal com columbário e espaços exteriores, no Cemitério da Conchada. No entanto, como a coligação comprovou com a visita de ontem, no terreno não há qualquer sinal de trabalhos de requalificação. Pelo contrário, o cenário é desolador. A degradação do espaço e o abandono são visíveis ao longo de todo o cemitério municipal, mesmo nos espaços da responsabilidade direta da CMC, como é, por exemplo, o caso da capela. Também o facto de existir uma única casa de banho para um cemitério desta dimensão é preocupante.
Como este espaço municipal representa um dos mais interessantes cemitérios do país, devido ao espólio histórico e arquitetónico que acolhe, e sendo ainda um espaço museológico ao ar livre, José Manuel Silva considera que “é fundamental” que a CMC trabalhe, em conjunto com as entidades competentes, na proteção patrimonial do cemitério municipal, de forma a evitar a progressiva destruição que atualmente se assiste.
Uma vez que o Cemitério da Conchada possui um amplo repertório de construções e esculturas únicas, como os jazigos românticos que constituem um dos mais originais conjuntos de monumentos fúnebres do país, com destaque para o núcleo de mausoléus neomanuelinos e para o acervo de obras em ferro forjado do início do século XX, importa que a CMC tenha como prioridade a sua preservação e requalificação, tornando este um espaço que dignifique a memória.